Imagine um auditório lotado, com um público de mais de 600 pessoas entoando uma música, no mesmo ritmo. A animação aumenta a cada momento, e é possível perceber que todos ali têm algo em comum que os mantêm unidos. 

É mais ou menos assim que funciona a grande rede de voluntários que possibilita o pleno funcionamento do Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCan), referência no Estado. A diferença é que, no lugar da música, a causa é aliviar a dor, tratar, cuidar e dar esperança a mais de 35 mil pessoas que procuraram atendimento apenas de janeiro a julho deste ano – foram mais de 2 mil internações, mais de 14 mil sessões de quimioterapia e mais de 10 mil sessões de radioterapia neste período.

“O voluntariado é o que faz o coração do hospital bater. Dependemos do trabalho e das doações dessas pessoas, que dão muito mais do que apenas o tempo: muitos dedicam boa parte de suas vidas à causa”, explica Cleuza Pereira da Silva, responsável por coordenar essa grande aliança de voluntários no HCan.

O voluntariado está presente da vida de 53% dos brasileiros, segundo a pesquisa Brasil Giving Report, divulgada em junho de 2020 e realizada antes da pandemia de Covid-19. Do total de pessoas ouvidas, 78% tinham realizado uma atividade beneficente no último ano e 67% havia doado dinheiro. Os principais apoios são a organizações religiosas (49%), para crianças e jovens (39%) e ao combate à pobreza (30%).

Carla, Kelwin e Rafael estão na lista de voluntários do HCan e seriam algumas das pessoas animadas no auditório imaginário do início do texto e fazem parte do grupo de tem uma data especial neste 28 de agosto: o Dia do Voluntário – instituído por lei no Brasil em 1985. 

Carla Risques, coordenadora administrativa do setor de Energia da Bom Futuro, tem uma longa jornada no voluntariado. “Já participei de iniciativas com o Centro de Valorização da Vida (CVV) e em outros projetos. Há três anos, trabalho na Bom Futuro e estou envolvida com todas as ações de apoio social que acontecem aqui”, comenta. 

“É uma realização pessoal auxiliar quem está necessitado, saber que um abraço ou uma palavra amiga serão bem-vindos e podem ajudar de alguma forma”, acredita Rafael de Oliveira Bispo, assistente fiscal que está há seis anos na empresa. Seu colega, Kelwin Patrick Lopes da Silva, analista fiscal, também já participou de ações voluntárias na igreja que frequenta e no Mc Dia Feliz. Desde que começou a trabalhar na empresa, busca ser voluntário nos projetos. 

De acordo com a coordenadora de Marketing da Bom Futuro, Alessandra Capelli, o voluntariado está nos valores essenciais da empresa. “Desde o início, há essa preocupação em auxiliar a comunidade onde estamos inseridos e engajar os colaboradores nessa missão. Há projetos internos e também ações externas para entidades filantrópicas”, cita. 

Além de fomentar a semente do voluntariado entre os colaboradores, a empresa financia várias iniciativas e projetos sociais. Em 2021, até o momento, a Bom Futuro destinou R$ 2,89 milhões para entidades de todo o Estado. Há dez anos, apoia o Mc Dia Feliz em benefício do HCan, além de realizar outras doações pontuais ao hospital. Apoia, por exemplo, o projeto Vôlei Kids, Shotokan e o Instituto Ciranda, entre outros, que beneficiam centenas de crianças no Estado. 

Em julho, a empresa realizou o Dia da Caridade nas unidades de todo o Estado. Os colaboradores das fazendas foram convidados a arrecadarem roupas e ação reuniu mais de uma tonelada em roupas e cobertores. A unidade que conseguir o maior volume de doações receberá o troféu “Amigo do Futuro 2021”. Na campanha Outubro Rosa deste ano, a empresa já programou uma ação em que venderá bonecas para arrecadar fundos a serem doado para o HCan. 

Os “Voluntários Bom Futuro” levam o assunto tão a sério que participaram de um curso para serem palhaços. Duas turmas de palhaçaria foram formadas nos anos de 2018 e 2019 para levarem um pouco de arte, carinho e esperança para hospitais e projetos. Um dos colaboradores mais atuantes era Mateus Ferreira da Cunha, que no departamento de Marketing organizava as ações e engajava os colegas, tem a eterna gratidão de toda a equipe. 

“O voluntariado é um ato de amor. Quando você participa de uma ação voluntária, tem a ideia de que vai ajudar, mas quem na verdade ganha é você, porque esse ato faz muito bem para a gente”, diz Carla. Para ela, o projeto de voluntariado da Bom Futuro tem um diferencial: “as ações se encaixam na nossa rotina, e isso aumenta o engajamento. A empresa nos possibilita e nos impulsiona a participar”.

Para as entidades beneficiadas também é importante que empresas se dediquem ao voluntariado. A pesquisa Brasil Giving Report revela que as parcerias entre empresas e organizações sociais são algo que a maioria dos brasileiros apoia, 80% concordam que elas devem fazer parcerias para atingir seus objetivos e 49% concordam que as entidades que têm algum apoio corporativo são mais confiáveis.